sábado, 14 de agosto de 2010

MULTIVAGO


Radio ligado, TV gritando,
visinho festejando,
dentro de casa, a melancolia,
e minha poesia
no meu eu, chorando.

Multivago sem pestanejar,
este no mundo vaga,
sem ninguém observar,
passa a limpo, passa o tempo,
e pra ele ninguém tem tempo.

De par em par, conto as coisas,
mas ninguém me conta,
passo invisível,
em versos me reduzo,
e só poemas sou agora.

E nessa tecedura da vida,
a poesia,
mistura tudo em um copo,
vinho, água e eu,
pra no final gerar esse verso,
de um avesso de tudo,
e de nada.

Composição Lírica ligeira,
minhas trovas de amor,
voam com a poeira,
que levam a ela amada,
das noites frias o calor.












FECHA OS OLHOS PRA VER



Me identifico a poesia,
fale pouco e digo muito,
valho mais pelo conteúdo,
que qualquer outro assunto.

Masco idéias sobre o papel,
desejoso de extrair-me,
mais um verso pro poema,
ai que dor sinto agora,
e nem sei onde me reencostar,
pois na cama a dor aumenta,
fechando os olhos vejo tudo,
e tudo que não gostaria,
só me resta a única opção,
mais uma noite acordado,
escrevendo poesia.

E das dores uma me dói mais,
a dor que vem de dentro e não sai,
embatumada me arrasa,
condenando-me a dizer ai,
em voz baixa , pra que ninguém
me ouça chorar.

Entro na madrugada de novo,
de velho,
madrugada velha comparsa,
me ajudou muitas vezes,
a esses versos compor,
ai que dor.














VERSOS DISABORES



De tantos versos disabores,
na alegria também quero poetar,
meus ápices consagrar,
em paginas escritas ao som,
e a melodia em tom,
claro e alto agradecer,
mais um amanhecer,
mais um amanhecer.

Nem tudo é tristeza,
quando se lida com a certeza,
costumas de ver esquina,
algo que muda sua fronte,
ver a calma poesia,
passeando feito pluma,
quando a brisa toca,
passageira a gente sabe,
mas e daí,
é isso mesmo o existir.

Feliz em viver,
um dom divino de escrever,
poemas mais que comer,
sacia a alma,
e de paixão o coração,
detém a força a força que acalma.













AMOR DISTANTE

A inspiração me veio a noite,
não exitei em escrever,
foi-se embora, poesia,
ficou me a dor ardida,
da expressão perdida.

Calo-me perante a chuva
berrante,
zombando de mim, parece
exitante,
o florescer de mais uma uva,
que no quintal,
a parreira o fruto sente,
amor distante.

Se de amor vivesse agora,
não teria eu um viver outrora,
já enfim o fim seria,
se não fosse a poesia.

Misturo-me as palavras,
e resumo-me em emoção,
e delas a mais forte,
que me toca rio a diante,
paixão,
por quanto em mim presente,
diamante solidão,
rasgando em fios de sonhos,
de um poeta queimando,
vulcanizadas.














A MANDANTE SOLIDÃO


Em meu quarto, cheiro,
na cozinha o almoço cheiro,
baladas com aroma perdigueiro,
e na manhã seguinte,
na rua alheio.

Boto o pé no chão, espalhando poeira,
não escondo minha olheira,
pertinente ao poema,
versos ides ao oprimidos,
no meio dessa vontade bandalheira.

Taciturna noite esconde,
os por entre escombros a louca,
mandante de tantos versos,
solidão.

Me vem um som,
e não um sono,
em faces estragadas,
cicatrizam a poesia,
em pobres corações sem dono.

Poesias aqui,
apertam como caqui,
versos verdes,
furtos de amor ausentes,
na reação perante ti.















VOMITOS DESEUJOSOS

Pensamento de um modo,
fazer alguma coisa,
alguma maneiram diferente ser,
vontade,
na realidade de verdade,
realidade,
apenas a vontade, de tudo,
a dualidade de tentar,
e ser e querer,
na racionalidade um pouco mais,
e contrastantemente,
tudo como era antes,
engavetava outrora na mente,
demente.

E o coração da vontade sente,
desejo pertinente,
perene flor de Aeso
da veracidade,
irracional dos fatos,
modo esquisito de ser,
um modo cotidiano,
humano.

E de tudo a dor alcança,
os mais profundos confins,
da liberdade terra herança,
feito água filtrada nos rins,
o que não presta calcifica e fortalece a esperança,
de quem ama até o fim.














VIDA SEM GLORIA

Dos porões, podres da inveja,
brotam laços maquiavélicos,
choram, gritam, imploram,
aos loucos poetas de outrora,
melancólicos borrões de espora,
dos que não tiveram escola,
e tanto sabem, no ato,
da atitude de viver,
sem a nada preferir morrer,
a pedir aos infames; esmola.

Frente a fronte da miséria,
não de fome,
ignorância vã que consome,
uma vida sem gloria,
uma historia sem nome,
poesia retoria.

Poesia retoria,
conta a mesmice paródica,
de linear acaso descaso,
de tudo por nada,
o céu descendo a escada,
pra versos sem pernas,
subir ao fundo,
da incerteza que é,
o contraditório,
dentro de um picanalitico,
com insultorio,
instrumento de enrricar vagabundo.













O Patrocinio de minha inspiração,
é a dor latente em mim reação,
mais triste e plena solidão,
que em mim sofrer, querer
fundidas em um só ser,
o ser eutanásico da ilusão,
doce, amarga, paixão,
frenética hipótese de um dia,
o verso em tese ter seu perdão,
ao menos em poesia.

Orientado pelos versos,
minha bússula dos sonhos,
mais ambíguos e desatinos,
bem querer em mais que tudo,
sentir na ponta da caneta,
mais que tinta,
da musa poesia a coisa,
distinta,
como se ouve um gênio a opereta.

Sublime súplica de amor,
que dor,
desatinado cerro, fujo de mim,
e da vida quero apenas a que de melhor,
a poesia, sem rancor.

Coisas voam, pássaros, aviões, foguetes,
toda essa parafernália,
mas nada voa tanto e com tal intensidade,
quanto o desejo de felicidade,
dos que sofrem na miséria.














QUEM?


Mas quem não é,
neste mundo vivendo, sofrendo,
ainda um ser tímido aos carismas,
carrascos em cerveja e pinga,
como em puros árabes a galopar,
nas baladas de uma vida sem nexo,
inexorável paixão,
quem não é?

Louco, louco!
gritam aos montes as puritanas,
mas ninguém por impacto vão,
é capaz de imaginar,
o que se pode passar
em uma mente a água e pão.

A poesia entra ai,
alimentando mente,
sem era nem bêra,
quão arenoza é a fronta pêra,
desmaia em versos,
a sombra fresca,
em atitude exorbitante,
de uma musa cativante.

Mas quem não é, ou é,
o que pode ser ou se foi já,
do paradoxo austero,
fundido na aura pura perene,
de louco, um poeta um pouco.












INTANGIVEL DISCERNIMENTO

Sucumbido pelas alegorias grotesca,
de uma perdida regra em contexto,
a ignorância em inspiração faz cócegas,
cativante em suja roupa alvejada,
de dissabores da musa amada.

Dor de ver o que não se vê,
somente ao coração faz exceção,
de um cego que enverga mais,
muito além da indescencia,
suplantada nos dias atuais.

Vergonha, panela suja e engordurado,
ao ver quando,
ao vento se perde uma namorada,
só se cura ao arejar, lavar, esfregar,
essa panela de sonhos,
pra se fazer nova comida,
sem resquícios da antiga sujeira,
outrora impregnada.

Assim corre o tempo,
escorrendo e escapando minutos,
entre os dedos, dos sujeitos,
adjetivando vidas mal vividas,
mais sonhadas e idealizadas,
que ao menos um dia,
perde-se a elevar e
realizar, a felicidade em poesia.















MINHA HISTORIA ESCONDIDA


Quanta dura, nunca,
jamais ninguém ver,
do criador esconde-se,
ao criar sente imortal,
porém ao desencoragem ter,
ninguém vê,
este mistério enfim.

Por quê esconder assim,
a beleza em inspiração,
seja uma Flor,
em botão a florescer,
seja uma emoção,
em poesia exaltação,
nascer enfim.

Quem voa mais alto é o poeta,
faz de si a poesia,
pura obra, em objeto de falar,
em sentir ao amor como ninguém,
e escrever pela escolha,
de sofrer, mesmo,
seguindo o caminho tortuoso,
da esquerda ou da direita,
crifando versos em colheita.
















EXCLUSO


Eu vou me por mesmo é a poetar,
já em vida parece decolar,
desprendendo a cada ano fica mais,
excluso das coisas, pesadelos em sonhos,
sonhos longe de realizar,
talvez nunca, e o pior,
esse nunca ao talvez se sobrepondo,
em meio a tanta desgraça,
ao mundo me escondo,
entre os dedos derramo meus segredos,
quase em versos da mente afora,
que em versos da mente aflora.

Quem esses versos olha,
nem imagina o quão triste chora,
este autor de versos que folha de tinta molha,
nesta folha em mãos trêmulas de emoção,
no papel firme e maleável,
que neste mundo que por amor,
o condenara,
a existir e não verdadeiramente viver,
sofrer em existir,
chorar quando todos sorrir,
e ter que sorrir,
para frente a sociedade
não se inibir.

















REVEILLON

Versos escritos no Reveillon,
virada de ano,
mais um entre tantos, todos até aqui
como sempre na mesma companhia,
a solidão,
só Deus sabe o quanto já sofri,

Visinhos, colegas, parentes e até desconhecidos,
todos parecem estar bem, felizes,
e o poeta que aqui está,
fingindo que está tudo bem,
e por dentro, seu coração sangrando,
algum acalento, sem nada,
e justamente este,
que desde pequeno,
na felicidade sempre acreditou,
sonhou,
apenas sonhou,
na realidade a solidão,
o sofrimento , o abandono, descaso,
esquecimento, o desprezo,
foi só i que sobrou.

Hoje estou aqui,
com coração na mão,
na ponta da caneta,
pedaços de um ser,
que um dia sonhou,
amou, desejou,
mas que até aqui,
nada realizou.













FOME DE SENTIMENTO

Falta água,
fome ainda se despista,
mas sem nada pra se beber
a irracionalidade sem querer ou perceber,
viver a emoção nesta disputa.

E aos que fome passam nesta,
sinto em poemas e passo,
a dor deles manifesta,
pois o poeta nada mais se presta,
a um esfomeado do verso.

E assim levando a vida em versos,
passo os dias e choro noites,
derramando lágrimas de versos,
em papéis, cadernos, livres aos montes.

No coração uma premícia,
um sonho maior que o mundo,
mas que fazer vã poesia,
se nesse sonho me enterro defunto,
e arrasto em dias moribundo,
aos olhos leigos de fantasia,
um hélis vagabundo.

Não, não,
não quero chorar agora,
mas que faço se a tristeza,
de mim não quer ir embora,
enquanto a inspiração em certeza,
mais verso me implora.












FANDANGOS

Vontade de festa,
a mim só resta,
desprender desta arresta,
entre a vida vivida e escrita,
ao amor que se presta,
nesta existencia modesta,
em versos minha festa,
paixão igual esta,
só a poesia é careta,
frente a maneira de viver que me resta.

Fandangos mal cheirosos,
suplentes, suprimem a dor nunca ausente,
num corpo, sonho,
coração da gente,
adorentos de aromas gostosos,
quando alimento supérfluo infantil,
hoje trago versos de arma,
em guerra no cantil.

Esbraveja-me as planícies verdejantes,
vá em frente,
luta pela vida no batente,
me condenando,
a virar gente,
mesmo que pra isso
a mim mesmo me torne incoerente.
















OLHANDO O MAR


Lanço esse poema,
como se lança uma pedra ao mar,
no infinito oceano de hipóteses,
vivo um dilema,
se alguém ira ler e
ao ler, calar ou falar,
será influenciar,
ou apenas irá,
como a pedra ao mar,
ir ao fundo sem nada destinar,
apenas mais um pedaço,
de poluição atirado,
varrido por ondas mar a dentro,
ou expulso nas rochas, espedaçado,
desintegrado feito um desejo
mal traçado.

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