sábado, 14 de agosto de 2010

ARREPENDIMENTO

Após o erro,
o errado feito se folga,
e a mente meticulosa vem apalpar depreca,
é sempre assim, depois do ato,
do pecado fechado,
erro encerrado,
vem o sofrer gerado em o arrepender,
de não mais fazer,
vem embora mais uma promessa,
pena que amanhã,
ao sol nascer, ficou tudo no prometer,
e tudo de novo nada se cumprir.

Mas o que fazer,
se o desejo é incontrolável,
o erro parece ser uma tendência,
linearmente aos anseios de contentamento.

Preciso esforço,
mas não adianta muito,
se o erro vem na fruta como caroço,
quando vê já engoliu ou mordeu,
e ai já erra, era,
já erra.

O erro é um tiro no escuro,
mas que escuro gostoso,
tentação insana de pecar,
é difícil demais,
para meros mortais,
não errar.













ERRROS

Sabemos que o fogo queima,
mas a teimosia nos inventa,
formas ideais de burlar,
e de novo pecar,
e a gente teima.

Lá na frente, muito lá,
vemos o erro cá,
pena, mas que pena,
voltar já não dá,
que dilema.

O erro é bicho solto
sem coleira em cólera,
e raiva disfarçando de bem,
no mal que não se detêm,
e o erro domina toda esfera,
e o homem desde garoto.

Não tem pêra onde fugir,
pois está dentro de si,
acompanha como o remorso,
a vontade de agir.

Vida em trechos sinuosos,
baderna ecoando sistemas,
de até anseios sistemáticos,
criativas de bem
se tornam feiras, homens perigosos,
errantes em seus temas.














ERRO FORTE


Após o erro a inspiração bate a porta,
pobre poeta,
esta noite não dorme
nem de costas,
é a poesia lhe ensinando em codinome,
que não se brinca com o erro.

É implacável o fato,
de nunca esquecer o erro,
o erro é tão forte,
que o bem a gente esquece,
e nem ao menos carece,
mas o erro nem se quisermos,
conseguimos esse cagoete,
da mente tirar por sorte.

E os que olham os errantes,
dos prezam,
mal sabem eles,
que o desprezo irá os impregnar,
mais tarde,
quando outros outonos,
primaveras, verões ou invernos,
e esses mesmo que não queimamos,
são nosso laços fraternos,
eternos e constantes.
















DIAS LEVADOS PELA POESIA



De tanta asneira,
a escrever poesias de qualquer maneira,
versos voam feito poeira,
e cativam-se a alma sobremaneira,
mesmo que por qualquer besteira,
versos todos os dias,
com ou sem feira,
sonhos em poesias.

Esqueço tudo,
tão logo transpasso,
aos papeis meus poemas,
nem sei, onde vai,
ou vem, a força no espaço,
inspirado.

Comum qualquer,
nasce mais um,
em milhões de milhares,
que faço,
nada de muito incomum,
pra quem como poeta ao avesso,
cativa olhares.

Cores,
o que fazemos quando estamos,
como estamos,
presenteados pela paixão,
versificados o arco-íris,
e inventamos mais ainda,
pra pintar nossos dias,
clarificados em poesias.









DOM DE COMPLICAR


Simplificando uma existencia em sonhos,
descobre a arte nata em mim,
presa em cola de ar, invisível amor,
nasci pra poetar.

Mas esse dom de complicar,
brincando com as palavras é incomum,
devaneios toda hora me contraem,
e nem sei mais o que fazer,
só poetar.

Se minha amada, adora,
de mim não gostar,
vou poetar,
sem cessar vou até extravasar,
em um copo de vinho tinto,
e a dor de perder a namorada,
nada me embriaga mais,
e não há maior amargor,
que ver o perder e olhar.

Elas não se todas,
mas com elas me deixam o melhor,
extravio de uma casa desabitada,
abandonada no náufrago da dor,
completado pelo desespero,
de viver uma paixão sem tempero,
e eu apenas no poetar, espero.















CONSIDERAÇÕES ORIGINAIS

Considere que meus versos
são apenas considerações,
na concisão de tomada de decisão,
revelação de minha mais intima emoção.

Carrego em artefatos ilusórios,
pastagens verdejantes divisórias,
de uma vida rachada em historias,
e em leis de amor com cardápios
compulsórios.

Não me prendo a rimas,
acho pouco peculiar,
de uma originalidade espontânea,
a inspiração,
caber em quartetos ou quintetos,
pra justificar que se está,
verdadeiramente sonetando.

Com nosso esforços sim,
dizemos não para o sim,
abortando as contraversões,
e criando algo novo,
e a regra nova é não ter,
mais o que providenciar em um não,
de escala nômade estrutural,
poetar isso sim é o bom para mim.
















MALUCOS CENSATOS


É sentir-se estar sedento a morrer,
em meio a um oceano de água doce,
mas que na verdade é mais salgada,
que o triste fim de um encontro a precisar,
águas profundas explorar
e somente restos encontrar,
do que um dia água doce fora,
hoje em salinas sonhos poetar.

E neste comboio de cordas,
a naufragar todos os dias,
e desacordar de sonhos,
realizando poesias.

E entre os toldos de chuva,
moderados dias em versos vivo,
uma vida em tardes aflorada,
querendo existir antes que tudo,
se que como a passa uva.

Tantos problemas que suportamos,
nossa mente segue em frente,
sem alegria ou certeza presente,
dias, noites, tardes, e poesias
seus dizeres já nem contam os.

A vida, vida cretina de delírios,
malucos, sensatos, de dia para a noite,
um dia pendem tudo,
e só lhes restam dos guardados,
os disabores.











CONJUGADO O VERBO SER

Pra continuar, sem parar,
o que é preciso são projetos,
mais que jeitos concretos,
mais que o mundo nas costas suportar.

Viver sem parar,
um futuro de um presente,
conjugado o verbo ser,
na certeza de nosso hoje em dia,
prover de ter,
sem mesmo querer ou poder,
ter.

O ter é o que regue,
num reinado de possessão,
onde que é não importa,
se a fome haste a porta,
o que tens tu pra refeição.

Ideias loucas vem toda hora,
e nada posso,
contra minha própria mente,
meu coração recebe ordens,
mesmo não querendo ainda,
cumpre as regras desse nosso
próprio diretos ditador,
nosso cérebro.
















CONJUGANDO O VERBO SER
Pra continuar, sem parar,
o que é preciso são projetos,
mais que gestos concretos,
mais que o mundo nas costas suportar.

Viver sem parar,
um futuro de um presente,
conjugado o verbo ser,
na certeza de nosso hoje em dia,
prover de ter,
sem mesmo querer ou poder,
ter.

O ter é o que regue,
num reinado de possessão,
onde que é não importa,
se a fome haste a porta,
o que tens tu pra refeição.

Ideias loucas vem toda hora,
e nada posso,
contra minha própria mente,
meu coração recebe ordens,
mesmo não querendo ainda,
cumpre as regras desse nosso,
próprio diretor ditados,
nosso cérebro.

















MEU ARSENAL

Preocupo com tudo,
todas as coisas,
dizem não adiantar,
e só que faço,
minha arma neste mundo,
é poetar.

Quisera eu que essa arma
força tivesse maior,
nem sei se é alma,
ou apenas um alivio,
um antídoto a esse surto,
de tristeza contemporânea,
que assola e invade.

Já não se pode falar,
contestar,
a autoritarismo existe invisível,
nem se nota,
por tão enorme a mediocridade vigente,
quem se arrisca é queimado,
as regras seguir,
pois as regras hoje em dia,
não apenas em poesia,
é não seguir regras.

EM paradoxo usa-se muito hoje tendências,
vivemos em função delas,
se estoura,
noutro dia ou moda,
e assim vão sendo suplantadas historias.












ALIENAÇÃO CONTEPORANEA

Em cartuchos de espinhos florescentes,
evacuando sinto nas fileiras nascente,
gritos oprimidos dispersos,
medo, pânico e pavor, presentes.

Este é nosso mundo,
um mundo avesso em maioria,
a arte e a cultura,
um mundo que cultua,
o hipocrismo de ser o que ter,
e já ninguém mais le poesia.

Faniquitos, chiliquis,
coisas mesmas, de um nada ser,
e mesmo assim de qualquer jeito,
querer aparecer.

É muito triste,
mas é bom saber,
pra não ficar na alienação,
que o proletariado quer,
pra amassar,
a massa de manobra,
cada vez mais sem ler,
que nada no futuro,
possa saber.


















A VIDA VIVIDA EM PROJETOS
Inovar é preciso,
mas o que fazer,
se o amor é no passado,
prezo amarrado,
dilacerado e contido.

O que inovar,
se de nova nada interessa,
se na expectativa,
a experiência é salutar,
não quero embarcar nessa,
se me deixem poetar,
enquando aos outros ela corre,
a mim a vida passa devagar.

Sem medo de amanhã,
vivendo o presente pensando,
mais que realizando,
perdoe-me aos contrários,
mas prefiro planejar e morrer,
sem concretizar,
que nada planejar e
a vida toda sem nada ter que sonhar,
e ver o futuro escapar,
vivendo nesse eterno pelejar.

Conciso e objetivo,
prefiro-me assim,
nesse hábito cativo,
até o fim.















ADVOGADO DA POESIA

Antes que a terra devore,
ou torne-nos parte,
quero antes deixar meu legado,
ter nossas páginas sido aqui um advogado,
da causa poesia,
que tanto desperta minha fantasia
de menino, moço, homem,
envelhecer-me em vida e
rejuvenescer-me em vida
e rejuvenascer em cada sorriso,
na expressão de quem como tu agora,
lês estes verso em prosa,
sem saber,
apenas saboreie esse momento in memorian,
de um poetar que deixa na historia,
sua historia em poemas.

Sempre plantando e semeando,
sapecando estrofes carnais de vida,
vivificando folhas de celulose,
em emoções de alma,
algo intangível,
que desnorteia e assombra,
inexorável aos poucos e outros,
de corações cativos,
escravos de invisível,
féu em esperar no inferno,
que um dia
não apenas em poesia ( fantasia),
a Terra se torne um céu.














PAGINA DE OURO
Uma página de vida,
nunca se vira,
fica ali marcada,
feito a ferro e fogo no carro,
mas essa página em ouro,
ou de destesouro,
fica cravada feito espinho de aço,
amolado em lixadeira,
cravada no coração,
até ao menos a hora derradeira,
depois ainda não sei,
não cheguei ainda lá.

Estamos todos na estrada,
somos todos andarilhos em vida,
morada certa não temos,
mesmo depois de mortos falecidos,
de nossa carcaça não sabemos,
de certo destino,
se aos vermos, aos fungos,
aos animais carnívoros, ao fogo,
sei lá, sabemos lá,
essa é a nossa vida,
sem hêra e nem bêra,
simplismente disfarçamos e muito bem,
que sabemos alguma coisa,
mas nada sabemos,
imaginamos apenas,
assim com o tal qual,
de mim imaginei este verso,
esta poesia, este livro, esta vida ...
será que existo realmente?
ou sou apenas fruto de minha inspiração?












COMPAÇOS DA INSPIRAÇÃO

A inspiração tem compassas,
o medo, a vergonha,
é o maior de todas: a solidão,
o poeta só é poeta na solidão,
do contrario é imitação,
das profundezas de nossas incertezas,
do culme de sonhos inatingíveis,
lá no centra da solidão própria,
é gerada uma boa poesia,
clara, alam e as vezes turva torrente,
forte feito forjada ao aço,
uma corrente.

Poeta ser carente,
querendo ser gente,
coexistindo no mundo presente,
e na vida própria ausente.

O poeta é o morados ausente,
que corre ao brado batente,
cativando no corpo estante,
na gloria ou dor em instante.

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