sábado, 29 de janeiro de 2011

Taciturno



Taciturno





Escrevendo assim


Palavras convetem emoções


E emoções convergem versos


Sem de explorações


O genuíno artista é taciturno por excelência



Sequioso por versos


O poeta é


Irrigador selogista


E escreve


Faz sua arte por talante



O poeta talha sua obra


Com a picareta afiada


Na ponta da esferográfica


Inicia sem ter o fim



Com tudo nada espera


Poeta por poetar


Apenas vive


Na sua mais profunda taciturnidade



O poema por sua vez


É o tenor de todas as artes


Abraça emoções


E delas exprimem lágrimas



O verdadeiro poeta


Não tira da poesia a subsistência


Subsisti na poesia




E o poema é assim


Muitas vezes prega peças


Uma frase diz


Muito mais que cem frases


Num simples olhar poético


Taciturno.

In off


In off


In off


Noturno



Noturno




Será sempre um distúrbio


Noturno


Em turbilhão dilúvio seco


Noturno



No fundo de tudo


Cânticos lixo


Vivendo noturno


Na escuridão do luxo


É do lixo que se abre os olhos


Vê se vê tudo



Espelhando noites


Em versos


Tristezas , açoites


Noturnidade dos dias


Noturno



Afogando noite afora


Em dilúvio seco


Inspiração gaivota


Voando na fonte


Bebendo versos na fronte


Inesgotável da insatisfação


Noturno



Sentindo n’alma


Um espancamento cruel


Da esperança que escorre


Amarga fél


Longe bem longe


Na encosta noturna


Da noturnidade da existência


noturna

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Rosto Girassóis



Rosto Girassóis



Mundo


Rompante único


Topa tudo olhado de frente


Um olhar diferente


A frente


O medo que se faz


Na poesia


Um rosto incandescente




Rosto


Atributo atribuído


Aquilo que nos é representado


Na frente do espelho


Dos olhos alheios


Alheios a tudo


Até a si mesmo




Rosto


Alheio a nossas críticas


Vontades


Escravizados


Somos nós todos


Seres humanos


Seres escravos do rosto



Na imperfeição que se assemelha


O rosto inchado


De um verso


De um poeta escrachado


Feito que feijoada


Na privada


De abelha


Ferroada




Nada a ver


Tudo a escrever


Dentro fora


Um rosto


Tal espelho


Que espelha nos olhos


Toda essência em pessoa


Ser absorto



E como é bom


Olhar um rosto


Seguir seu rastro


Pegadas coalhadas




No sumo do ser


Rosto


Vejo


Dançando


Chorando corpo a corpo


Rosto a rosto


Dizendo tudo




Falo de coisas abstratas


Paixões ,paixões e paixões


É assim mesmo


Nessa repetição


Que se move uma vida


Que ser morre


Umas vidas,


Uns dons, uns poetas




Escrevendo


Vou vivendo


Vou sofrendo calado


Completamente apaixonado


Na vertente da vontade


Sábado a tarde


A flor da pele


Criatividade


Um poeta , uma inspiração


Um rosto

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Chão sem fundo






Chão sem fundo





Pulo no chão



De um carro em movimento



A poesia é assim



E assim me salvou



De não mais olhar para o firmamento



E ser um excremento





Sem identidade



Na busca insensata



De se encontrar



No desespero de tentar



E não conseguir



Esquecer a que existe



A felicidade



Mas só para os outros



Não para mim





Mas quantas vezes



A poesia me salvou



No momento culminante



De sabe-se lá o que