A poesia dá certo
Quando do bem
Que se faz
Programamo-nos
Pra frente
Compondo o futuro
Escrevendo
No frio no acalento
A poesia dá certo
Quando do bem
Que se faz
Programamo-nos
Pra frente
Compondo o futuro
Escrevendo
No frio no acalento
Taciturno
Escrevendo assim
Palavras convetem emoções
E emoções convergem versos
Sem de explorações
O genuíno artista é taciturno por excelência
Sequioso por versos
O poeta é
Irrigador selogista
E escreve
Faz sua arte por talante
O poeta talha sua obra
Com a picareta afiada
Na ponta da esferográfica
Inicia sem ter o fim
Com tudo nada espera
Poeta por poetar
Apenas vive
Na sua mais profunda taciturnidade
O poema por sua vez
É o tenor de todas as artes
Abraça emoções
E delas exprimem lágrimas
O verdadeiro poeta
Não tira da poesia a subsistência
Subsisti na poesia
E o poema é assim
Muitas vezes prega peças
Uma frase diz
Muito mais que cem frases
Num simples olhar poético
Taciturno.
Noturno
Será sempre um distúrbio
Noturno
Em turbilhão dilúvio seco
Noturno
No fundo de tudo
Cânticos lixo
Vivendo noturno
Na escuridão do luxo
É do lixo que se abre os olhos
Vê se vê tudo
Espelhando noites
Em versos
Tristezas , açoites
Noturnidade dos dias
Noturno
Afogando noite afora
Em dilúvio seco
Inspiração gaivota
Voando na fonte
Bebendo versos na fronte
Inesgotável da insatisfação
Noturno
Sentindo n’alma
Um espancamento cruel
Da esperança que escorre
Amarga fél
Longe bem longe
Na encosta noturna
Da noturnidade da existência
noturna
Rosto Girassóis
Mundo
Rompante único
Topa tudo olhado de frente
Um olhar diferente
A frente
O medo que se faz
Na poesia
Um rosto incandescente
Rosto
Atributo atribuído
Aquilo que nos é representado
Na frente do espelho
Dos olhos alheios
Alheios a tudo
Até a si mesmo
Rosto
Alheio a nossas críticas
Vontades
Escravizados
Somos nós todos
Seres humanos
Seres escravos do rosto
Na imperfeição que se assemelha
O rosto inchado
De um verso
De um poeta escrachado
Feito que feijoada
Na privada
De abelha
Ferroada
Nada a ver
Tudo a escrever
Dentro fora
Um rosto
Tal espelho
Que espelha nos olhos
Toda essência em pessoa
Ser absorto
E como é bom
Olhar um rosto
Seguir seu rastro
Pegadas coalhadas
No sumo do ser
Rosto
Vejo
Dançando
Chorando corpo a corpo
Rosto a rosto
Dizendo tudo
Falo de coisas abstratas
Paixões ,paixões e paixões
É assim mesmo
Nessa repetição
Que se move uma vida
Que ser morre
Umas vidas,
Uns dons, uns poetas
Escrevendo
Vou vivendo
Vou sofrendo calado
Completamente apaixonado
Na vertente da vontade
Sábado a tarde
A flor da pele
Criatividade
Um poeta , uma inspiração
Um rosto